30.10.11

FATE: O começo de tudo...


Estou indo para o Pará. Pego um avião e desço em Marabá.Taxi até o rio Tocantins e um pequeno barco para atravessá-lo. Já do outro lado, subo na caçamba de uma pick-up junto com outros 9 passageiros em direção a lagoa de Tucuruí. Após mais ou menos duas horas de viagem, estoura um pneu.

Enquanto aguardo o concerto, fico olhando as paisagens ao fundo, com restos de tocos de arvores, ainda em pé, queimados, e toda aquela aridez que lembrava um cenário de explosão nuclear. Fico triste e, ao olhar para o chão da estrada, desviando meus olhos de tal cenário, deparo com algo mais assustador ainda. Abaixo, pego um punhado de terra do solo e percebo com a  sua fragilidade, o quão próximo ficaremos de um verdadeiro deserto se o equilíbrio da floresta continuar a ser depredado pelo homem.

Algumas obras (fotos) foram, particularmente, inspiradas por essa passagem, pois embaixo da beleza da floresta, esconde-se o verdadeiro perigo, com o homem como coadjuvante desse filme de horror. 








Prognóstico antes impensável para nós, um país preparado em todos os campos possíveis e imagináveis para sermos grandes, para não termos Somálias, nem Afeganistões ou Iraques. Não temos geleiras, maremotos, desertos, falta de água, frio paralisante ou calor insuportável; não temos furacões nem guerras, o que temos são maus homens que não se dobram.



Como o tema é bastante amplo como a vida, as obras navegam pelo social, pela filosofia, ambiente, política, economia e artes. Penso que Fate, ainda mais do que as minhas obras anteriores, reflete a força da diversidade biológica (biodiversidade) e a força (importância) das várias formas (diversidade) de comunicação através das artes plásticas. Um comentário humilde mas contundente da  extinção da biodiversidade pelo homem e a conseqüente extinção do próprio homem (paradoxalmente, a maior diversidade de ervas daninha do planeta).

Wagdy Radwan


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