Estou indo para o Pará. Pego
um avião e desço em Marabá.Taxi até o rio Tocantins e um pequeno barco para
atravessá-lo. Já do outro lado, subo na caçamba de uma pick-up junto com outros
9 passageiros em direção a lagoa de Tucuruí. Após mais ou menos duas horas de viagem,
estoura um pneu.
Enquanto aguardo o concerto,
fico olhando as paisagens ao fundo, com restos de tocos de arvores, ainda em
pé, queimados, e toda aquela aridez que lembrava um cenário de explosão
nuclear. Fico triste e, ao olhar para o chão da estrada, desviando meus olhos
de tal cenário, deparo com algo mais assustador ainda. Abaixo, pego um punhado
de terra do solo e percebo com a sua
fragilidade, o quão próximo ficaremos de um verdadeiro deserto se o equilíbrio
da floresta continuar a ser depredado pelo homem.
Algumas obras (fotos) foram, particularmente, inspiradas
por essa passagem, pois embaixo da beleza da floresta,
esconde-se o verdadeiro perigo, com o homem como coadjuvante desse filme de horror.
Prognóstico
antes impensável para nós, um país preparado em todos os campos possíveis e
imagináveis para sermos grandes, para não termos Somálias, nem Afeganistões ou
Iraques. Não temos geleiras, maremotos, desertos, falta de água, frio paralisante
ou calor insuportável; não temos furacões nem guerras, o que temos são maus
homens que não se dobram.
Como o tema é bastante amplo
como a vida, as obras navegam pelo social, pela filosofia, ambiente, política,
economia e artes. Penso que Fate, ainda mais do que as minhas
obras anteriores, reflete a força da diversidade biológica (biodiversidade) e a
força (importância) das várias formas (diversidade) de comunicação através das
artes plásticas. Um comentário humilde mas contundente da extinção da biodiversidade pelo homem e a conseqüente
extinção do próprio homem (paradoxalmente, a maior diversidade de ervas daninha
do planeta).
Nenhum comentário:
Postar um comentário