Venho
pensando nisto há muito e ainda não consegui chegar a uma conclusão: “Por que
as pessoas, especialmente no Brasil, não possuem opinião própria? Por que não
emitem suas opiniões embasadas em estatísticas, em análises dos fatos, recentes
e históricos; tendo o cuidado de manter uma postura crítica em relação às
fontes, de observar os interesses do locutor e da matéria; de ficarem atentos
aos vícios e maldades; à honestidade ou ausência dela; às verdades ou
premeditações?”. Não sei.
Talvez
seja a total falta do exercício analítico, talvez a falta de introspecção ou
ainda a falta de auto-estima para acreditar que você pode e deve ser um
contestador, um ponderador; que você pode e deve dar opiniões, contrapontos; que
você pode brigar, gritar, enfim exercer sua cidadania.
Talvez
seja também tão somente a ignorância política do povo brasileiro que
simplesmente passa adiante o que ouviu em algum lugar, sem entender o que ouviu;
que lê uma manchete e a torna a verdade de todas as verdades, repassando-a como verdadeiros autômatos.
Esta
fragilidade cultural e política, esta falta de informação armazenada em nosso
chip de memória, e a nossa falta de educação, propriamente dita, é que nos leva
a esse legado de medíocres, incluindo políticos, escritores, teatrólogos,
artistas, jornalistas, intelectuais, enfim, uma massa sem personalidade, sem
imaginação, sem originalidade, sem costumes e hábitos próprios.
Somos
uma sociedade que copia absolutamente tudo. Imita tudo, até as gírias e gestos
mais banais. O pior é que, quase sempre, o que vemos não uma cópia aprimorada. No
geral, o pupilo não supera o mestre, limita-se a reproduzir uma imitação pobre,
ridícula e triste do que teve acesso: a verdadeira “gambiarra”. Isto ocorre em
absolutamente todas as áreas de nossa sociedade, com raríssimas exceções. Que
tristeza, que pena, que raiva da verdade na afirmação de Charles de Gaulle, na
piada sobre o povo brasileiro. QUE IRONIA!
As
coisas que se repetem nas televisões, artes, jornais, política e filosofia,
muitas vezes são de matar de vergonha, tamanha a falta de cara própria; de um
rosto que possamos chamar de nosso; de cópias tupiniquins, mal produzidas. Isto
é demais. Uma vez disse a uma amiga dinamarquesa, que reclamava da monotonia em
seu país: “somos felizes, é, talvez, mas somos acima de tudo um povo com o
caráter em formação, ou seja, lamentavelmente, sem caráter".
Escrevo
isso não por ser um grande filósofo, muito menos letrado ou sociólogo. Não, não
sou grande em nada, sou um pouco de tudo, mas acima de tudo sou introspectivo.
Hoje estou cada vez mais engajado com as causas sociais e humanitárias, e
graças a Deus, pertenço ao ocidente,que me lapidou e educou, controlando assim,
a vontade raivosa de vingança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário