29.10.11

FATE e o Brasil, nosso espaço no Mundo.



Venho pensando nisto há muito e ainda não consegui chegar a uma conclusão: “Por que as pessoas, especialmente no Brasil, não possuem opinião própria? Por que não emitem suas opiniões embasadas em estatísticas, em análises dos fatos, recentes e históricos; tendo o cuidado de manter uma postura crítica em relação às fontes, de observar os interesses do locutor e da matéria; de ficarem atentos aos vícios e maldades; à honestidade ou ausência dela; às verdades ou premeditações?”. Não sei.

Talvez seja a total falta do exercício analítico, talvez a falta de introspecção ou ainda a falta de auto-estima para acreditar que você pode e deve ser um contestador, um ponderador; que você pode e deve dar opiniões, contrapontos; que você pode brigar, gritar, enfim exercer sua cidadania.

Talvez seja também tão somente a ignorância política do povo brasileiro que simplesmente passa adiante o que ouviu em algum lugar, sem entender o que ouviu; que lê uma manchete e a torna a verdade de todas as verdades, repassando-a  como verdadeiros autômatos.

Esta fragilidade cultural e política, esta falta de informação armazenada em nosso chip de memória, e a nossa falta de educação, propriamente dita, é que nos leva a esse legado de medíocres, incluindo políticos, escritores, teatrólogos, artistas, jornalistas, intelectuais, enfim, uma massa sem personalidade, sem imaginação, sem originalidade, sem costumes e hábitos próprios.

Somos uma sociedade que copia absolutamente tudo. Imita tudo, até as gírias e gestos mais banais. O pior é que, quase sempre, o que vemos não uma cópia aprimorada. No geral, o pupilo não supera o mestre, limita-se a reproduzir uma imitação pobre, ridícula e triste do que teve acesso: a verdadeira “gambiarra”. Isto ocorre em absolutamente todas as áreas de nossa sociedade, com raríssimas exceções. Que tristeza, que pena, que raiva da verdade na afirmação de Charles de Gaulle, na piada sobre o povo brasileiro. QUE IRONIA!

As coisas que se repetem nas televisões, artes, jornais, política e filosofia, muitas vezes são de matar de vergonha, tamanha a falta de cara própria; de um rosto que possamos chamar de nosso; de cópias tupiniquins, mal produzidas. Isto é demais. Uma vez disse a uma amiga dinamarquesa, que reclamava da monotonia em seu país: “somos felizes, é, talvez, mas somos acima de tudo um povo com o caráter em formação, ou seja, lamentavelmente, sem caráter".

Escrevo isso não por ser um grande filósofo, muito menos letrado ou sociólogo. Não, não sou grande em nada, sou um pouco de tudo, mas acima de tudo sou introspectivo. Hoje estou cada vez mais engajado com as causas sociais e humanitárias, e graças a Deus, pertenço ao ocidente,que me lapidou e educou, controlando assim, a vontade raivosa de vingança.


Wagdy Radwan



                                                                          

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