2.11.11

FATE: Pouquíssimo é muitíssimo.


Meus amigos, estou de saco cheio de tudo. Não suporto mais essa complexidade que um ser “des-humano” tem de complicar as coisas. De navegar por páginas e páginas descritivas de uma simples pedrinha ou folhinha...Da capacidade de, fazendo isso, ganhar o status de especial, virtuoso; de conseguir,  na verdade, apenas preencher um vazio assustador; de adquirir um motivo para ser diferenciado de toda e qualquer espécie.

Sabemos que um intelectual que evoluiu o seu intelecto ao extremo não é uma espécie diferente de um simples agricultor, ignorante e autômato, que apenas segue vivendo, certo? Então para que isso tudo? Ao checar esse ciclo vicioso que remonta a Platão, ou até antes dele, que mudança a humanidade conseguiu? Absolutamente nenhuma. Os debates, discussões, análises, estudos, leituras e releituras, fóruns, psicanálises e filosofias se perpetuam criando uma falsa motivação para seguir vivendo, além da de estarmos simplesmente vivos.

Você quer seguir vivendo? Eu quero. Mesmo nesse ‘nonsense’, então basta aceitar a sua condição realista e ser simples. Simples como uma planta ou uma pedrinha, só, somente só, nada mais. Ao constatar isso, sinto no meu intelecto e na minha alma que  quero fazer minha arte sem participar desse alvoroço social pré-criado; não quero participar de concurso nenhum, pelo menos nesse momento em que consegui adormecer meu ego imbecil.

Não quero ouvir análises descritivas quilométricas de uma obra minha. Quero algo bem mais simples do que isso. Quero mandar meu recado: alegrar uma parede, tocar pela originalidade, incitar a preservação da natureza (mais simples que isso? preservar o habitat). That’s it!

A “des-humanidade” não tem o que fazer, essa é a verdade. Ou disputa as riquezas do mundo para satisfazer o famigerado EGO, ser o leão da selva; ou o que vemos são pseudo, novos ou velhos  intelectuais, repetindo a historia de se afirmar como um ser iluminado. A própria arte se presta, para alguns, a preencher este vazio, este niilismo existencial, mas no fim pouquíssimo é muitíssimo.





 Wagdy Radwan


Nenhum comentário:

Postar um comentário